terça-feira, 3 de março de 2015

Desafio Literário 2015: Que Tenha Mais de 100 anos: Jane Eyre

Fevereiro acabou, já estamos em Março e todo mundo provavelmente pensou que eu abandonei meu desafio literário. Mas segundo o Goodreads, eu ainda estou com minhas leituras adiantadas. O problema é que meu semestre começou mais cedo, e durante fevereiro eu acabei tendo tempo de ler só um livro: Jane Eyre.
Assim como Emma, eu comprei minha cópia desse clássico da literatura inglesa há um ano e meio atrás, e só enrolei para ler. Mas a hora chegou, e finalmente parei com a procrastinação. Jane Eyre conta história de uma menina órfã que foi deixada aos cuidados da mulher de seu tio, e sendo constantemente maltratada e rejeitada, foi mandada para um colégio interno que funcionava sob um regime cruel, e, ainda assim, consegui manter seu espírito intacto. Depois de passar por tudo isso, Jane começa a trabalhar como governanta em Thornfield Hall, uma mansão sombria, com um dono misterioso. Diferentemente de Jane Austen, eu não estou tão familiarizada com as obras das irmãs Brontë, seja em forma literária ou em adaptações. Eu assisti a versão de 2011 de Jane Eyre há um ano, e não me lembrava de muitas coisas.
Jane Eyre é considerada uma obra gótica, e isso é completamente óbvio durante todo o livro. Em muitas partes é como se Jane estivesse vivendo em um verdadeiro pesadelo. Nos capítulo iniciais, que retratam a infância da protagonista, eu sentia uma áurea pesada ao ler, e uma revolta constante do modo como tratavam Jane, fosse na casa de sua tia, ou no começo de sua estadia na escola. Eu sentia a revolta e a frustração de Jane enquanto eu lia essas partes, e simplesmente não conseguia conceber aquele tipo de tratamento para uma criança. As coisas começam a melhorar quando ela vai para Thornfield Hall, mas tudo anda bem devagar, os capítulos se passam lentamente, e muitas vezes eu ficava cansada. 
A história parece realmente começar a ter ritmo com a chegada de Mr. Rochester, o dono da mansão, e empregador de Jane. Eu não sei como é o sentimento das pessoas que se consideram fãs do livro em relação ao Rochester, mas, sinceramente, eu espero que não seja bom. Rochester é um personagem completamente manipulador, tem umas coisas que ele fazia que eu não acreditava. O arco da redenção dele é bom, mas basicamente em relação a ele, só isso. Na verdade, eu acho que não gostei de nenhum personagem masculino do livro. St. John Rivers fica lado a lado com Rochester de terrível, e gostei menos ainda dele porque ele sempre falava de um jeito insuportavelmente terrível, como se fosse o dono da verdade, e se pudesse julgar a vida e as ações de todo mundo, e como se ele estivesse completamente certo em tudo, mas era um grande egoísta.
Mas as personagens femininas me agradaram muito. Tirando a Mrs. Reed, tia de Jane. Mas é claro que é Jane a melhor personagem de todas. Em uma época que as mulheres sofriam muito mais preconceito, ela é capaz de ser dona de sua própria vida, conversar com os homens de igual para igual, expressar sua própria opinião, e agir de acordo com o que acha certo, sem temer os outros. É a figura de Jane que faz com que a essa obra seja considerada feminista, e até revolucionária para a época.
Jane Eyre entra no Desafio Literário como "Um Livro que Tenha Mais de 100 anos", pois foi publicado em 1847, e vai completar 168 anos em outubro. 

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